Para produtores agrícolas, os prejuízos podem ultrapassar R$ 1 milhão por dia. Já o custo da paralisação para agentes e armadores chega a US$ 43,5 milhões, o equivalente a R$ 88,74 milhões.
Tudo começou com a reação dos portuários à determinação do Ministério Público do Trabalho, que exigiu a implantação do intervalo de 11 horas entre cada jornada. Desde o início da paralisação, no último dia 29, a maioria dos terminais foi obrigada a utilizar mão de obra própria para manter o complexo em operação, mesmo que parcialmente.
De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, dez navios foram desviados do Porto de Santos. Segundo ele, o desvio dos cargueiros e as inversões de rotas provocam um efeito cascata nos demais portos e, consequentemente, a cadeia logística fica prejudicada.
No TEV, as operações voltaram ao normal apenas na última quinta-feira, por volta das 19 horas, após acordo entre as partes. No total, 9.585 veículos permaneceram estacionados nos pátios do terminal. Os gates foram fechados para impedir que novos automóveis chegassem.
Conforme o Departamento de Operações da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), três navios foram desviados de Santos para o porto paranaense. Também Vitória (ES) e Rio Grande (RS) foram destinos de navios que não conseguiram atracar em Santos.
“Já esperávamos esse reflexo da paralisação em Santos, mas não prevíamos que seria tão cedo. Na medida do possível, estamos recebendo esses navios e essas cargas, sem sacrificar as operações já previstas”, afirma o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
O primeiro navio desviado para Paranaguá foi o Apollon Leader, com máquinas e peças agrícolas. No dia 8, após longa espera na Barra (área da costa em frente à Baía de Santos), ele cancelou a escala no cais.
No dia seguinte, a embarcação operou em Paranaguá, descarregando mais de cem peças e máquinas agrícolas da empresa americana John Deere. De acordo com o analista de comércio internacional da multinacional, Caio Hosken Melo Macedo, o desvio resultou em prejuízos e na demora na entrega da mercadoria para o cliente.
Segundo Macedo, o atraso de uma única máquina pode gerar um prejuízo superior a R$ 1 milhão, em um único dia. “Muito maior do que o valor da máquina é o prejuízo de um produtor que perde o momento certo da colheita”, afirmou.
A empresa costuma utilizar o Porto de Santos com frequência. A carga, quando chega, é dividida. As máquinas são encaminhadas às fábricas, que ficam no Rio Grande do Sul (RS) e em Goiás (GO). Já as peças partem do cais santista direto para o centro de distribuição de produtos, que fica na Capital.
Despesa extra
“Tivemos um custo superior ao que estava programado, devido à necessidade de transporte por conta do deslocamento de Santos para Paranaguá. As cargas (peças) tiveram que fazer o caminho inverso, de Paranaguá para Santos, e isso aumenta o custo logístico consideravelmente”, afirma o analista de comércio internacional.
O segundo navio desviado foi o Tokyo Car, que atracou na última quarta-feira em Paranaguá. Ele deveria descarregar produtos dos Estados Unidos em Santos, mas, devido ao protesto, sua programação foi alterada. No total, foram levadas para o complexo paranaense 39 máquinas e outras peças agrícolas, que somaram 388 toneladas. Além disso, a embarcação trouxe 69 carros da marca BMW. A montadora não se posicionou sobre o desvio.
Também seguiu para Paranaguá o navio Harefield. Ele deixou a espera no Porto de Santos para embarcar 9 mil toneladas de celulose no complexo paranaense. Neste caso, a Fibria, responsável pela carga, foi obrigada a transportá-la até a Região Sul para o embarque.
De acordo com a companhia, que é resultado da incorporação da Aracruz pela VCP, a transferência foi necessária para manter o cronograma de sua operação de exportação e os compromissos com os compradores. A Fibria destaca ainda que a mudança de porto é temporária e ocorreu por conta da paralisação dos trabalhadores santistas.
Fonte: Jornal A Tribuna
“Já esperávamos esse reflexo da paralisação em Santos, mas não prevíamos que seria tão cedo. Na medida do possível, estamos recebendo esses navios e essas cargas, sem sacrificar as operações já previstas”, afirma o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
O primeiro navio desviado para Paranaguá foi o Apollon Leader, com máquinas e peças agrícolas. No dia 8, após longa espera na Barra (área da costa em frente à Baía de Santos), ele cancelou a escala no cais.
No dia seguinte, a embarcação operou em Paranaguá, descarregando mais de cem peças e máquinas agrícolas da empresa americana John Deere. De acordo com o analista de comércio internacional da multinacional, Caio Hosken Melo Macedo, o desvio resultou em prejuízos e na demora na entrega da mercadoria para o cliente.
Segundo Macedo, o atraso de uma única máquina pode gerar um prejuízo superior a R$ 1 milhão, em um único dia. “Muito maior do que o valor da máquina é o prejuízo de um produtor que perde o momento certo da colheita”, afirmou.
A empresa costuma utilizar o Porto de Santos com frequência. A carga, quando chega, é dividida. As máquinas são encaminhadas às fábricas, que ficam no Rio Grande do Sul (RS) e em Goiás (GO). Já as peças partem do cais santista direto para o centro de distribuição de produtos, que fica na Capital.
Despesa extra
“Tivemos um custo superior ao que estava programado, devido à necessidade de transporte por conta do deslocamento de Santos para Paranaguá. As cargas (peças) tiveram que fazer o caminho inverso, de Paranaguá para Santos, e isso aumenta o custo logístico consideravelmente”, afirma o analista de comércio internacional.
O segundo navio desviado foi o Tokyo Car, que atracou na última quarta-feira em Paranaguá. Ele deveria descarregar produtos dos Estados Unidos em Santos, mas, devido ao protesto, sua programação foi alterada. No total, foram levadas para o complexo paranaense 39 máquinas e outras peças agrícolas, que somaram 388 toneladas. Além disso, a embarcação trouxe 69 carros da marca BMW. A montadora não se posicionou sobre o desvio.
Também seguiu para Paranaguá o navio Harefield. Ele deixou a espera no Porto de Santos para embarcar 9 mil toneladas de celulose no complexo paranaense. Neste caso, a Fibria, responsável pela carga, foi obrigada a transportá-la até a Região Sul para o embarque.
De acordo com a companhia, que é resultado da incorporação da Aracruz pela VCP, a transferência foi necessária para manter o cronograma de sua operação de exportação e os compromissos com os compradores. A Fibria destaca ainda que a mudança de porto é temporária e ocorreu por conta da paralisação dos trabalhadores santistas.
Fonte: Jornal A Tribuna
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