O Porto de Santos deve receber nesta semana as duas dragas que vão terminar as obras de aprofundamento, para 15 metros, do canal de navegação do complexo santista, informou a Codesp. O único trecho do canal onde o serviço falta ser concluído é o de número 4, entre o Paquetá e a Alemoa. Nele, vão atuar as embarcações Xin Hai Feng, que tem capacidade para transportar 18 mil metros cúbicos de sedimentos, e Hang Jung 5001, capaz de levar 5 mil metros cúbicos.
A capacidade dos porões das dragas é uma característica importante para a velocidade dos trabalhos. Toda lama retirada (escavada ou sugada) do leito de canais ou rios é lançada nesses espaços. Quando eles ficam lotados, o serviço é interrompido e a embarcação parte até a área de bota-fora, para o descarte do material. Dessa forma, para atuar em uma mesma região, uma draga com grandes porões faz um trabalho mais rápido (para menos para esvaziar seus compartimentos de carga) do que uma de menor capacidade.
A previsão da Codesp era de que a Xin Hai Feng chegasse até o final do mês passado. No entanto, a programação foi atrasada. O presidente da Docas, José Roberto Correia Serra, explicou que a draga teve de passar por uma reforma, fato que atrasou sua vinda ao Porto.
Com a chegada das embarcações, a expectativa da estatal é que o serviço seja concluído em quatro meses. O Trecho 4 é o único pendente pois aguardava a liberação do Ibama para ser aprofundado. Os trabalhos nos demais três trechos do canal, da Barra até o Paquetá (na altura do Armazém 6), foram concluídos há cerca de seis meses.
O projeto prevê tanto aprofundar o leito navegável do estuário santista para 15 metros (antes dos trabalhos, tinha cerca de 13 metros ), como alargá-lo, de 150 para 220 metros, em média.
Projeto prevê deixar o leito navegável do complexo com 15 metros de profundidade e 220 metros de largura
Homologação
Após o encerramento da dragagem, o próximo passo será a homologação da nova profundidade da via de navegação pela Capitania dos Portos de São Paulo. De acordo com Serra, a questão já foi discutida com a Autoridade Marítima. “Tratamos desse assunto com a Capitania para já homologar a profundidade”, disse.
As dragas que farão o aprofundamento do canal também serão responsáveis pela manutenção dos trechos 2 e 3 – eles vão do Entreposto de Pesca (Ferry Boat) até o Armazém 6 (Paquetá). Ambos serviços vão acontecer em paralelo.
Berços
Além do serviço de aprofundamento, coordenado pela Secretaria de Portos (SEP), o complexo santista contará com outros dois projetos de dragagem. Os contratos para a realização dessas obras deverão ser assinados nos próximos dias entre a Codesp e as empresas vencedoras das respectivas licitações.
Um desses contratos será firmado com o consórcio integrado pela DTA Engenharia Ltda e pela Equipav S/A Pavimentação, Engenharia e Comércio. Ele terá de realizar as dragagens de manutenção e de aprofundamento dos acessos aos berços de atracação (bacias de evolução). Para isso, receberá R$ 17,8 milhões.
Já o outro vai ser assinado com a Bandeirantes Dragagem. A empresa fará o aprofundamento e a manutenção dos berços do complexo santista pelo preço de R$ 16.1 milhões. Ambos os serviços terão de ser realizados em 12 meses.
Ainda neste mês, a Codesp prevê a abertura da licitação para a dragagem de aprofundamento das bacias de evolução dos novos terminais que serão instalados no Porto – o da Embraport, entre as ilhas Barnabé e Diana, na Área Continental de Santos, Margem Esquerda do complexo, e o da Brasil Terminal Portuário (BTP), na região da Alemoa, em Santos, na Margem Direita.
“(Esse próximo contrato) é para que a gente consiga fazer a conexão dos terminais ao novo canal (de 15 metros), que vai ser homologado ao longo do ano. Com tudo isso, estamos prevendo R$ 100 milhões investidos pela Codesp para a dragagem do Porto”, afirmou o presidente da Docas
Fonte: Jornal a Tribuna
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